


Galera, um dia isso teria que acontecer mesmo... o homem sempre tentou um modo de ser eterno, e alguns perceberam que a palavra o torna eterno.
É incrível poder encontrar com toda essa galera, e acredito que essa convergência vai se tornar um vício, pois estamos distantes e muito perto ao mesmo tempo, e com certeza, ligados talvez por uma das melhores fases de nossas vidas.
Fase que pudemos construir os alicerces de nossa ética, selecionar os nossos valores e até definir o que seríamos 20 anos mais tarde...
Realmente a Dé (nossa Tulipa) plantou a semente das artes e ensinou a todos a observar o mundo de outra forma.
Encontrar o belo onde se vê o feio, encontrar a música onde se escuta o tiro, descobrir os aromas e paladares que nos remetem a nossa juventude.
Que todo aquele trabalho e laboratórios serviriam para a nossa vida em sociedade...
Vou contar uma coisa, embora eu estivesse no grupo, nos bastidores como sonoplasta, eu achava incrível a coragem de vocês, por estarem no palco, eu não tinha essa coragem, embora quisesse muito, e escolhi ficar "escondido" nos meus ruídos e tensões...
O que talvez eu não soubesse ou não sentia na época, é que também estava fazendo arte, era a minha forma de expressão e representação...era minha ARTE também, a mesma que até hoje desenvolvo.
Eu deixei o grupo quando entrei na faculdade (engenheria), que terminei em 93.
Fui fazer mestrado até 94 e logo depois me mudei para Sampa até 99.
Em 99 me casei com Mônica, e vim para Curitiba, cidade que desde a infância planejava morar, fruto de uma novela da Globo que havia sido rodada aqui, e que mostrava uma cidade muito "européia" dentro do nosso Brasil. Vejam como a arte interfere na vida de uma pessoa...
Bom, em Curitiba, entrei no doutorado em Geofísica, heheh, e em 2000, entrei na Universidade Positivo, uma mega Instituição, e sou profê (como as alunas me chamam desde então) ou Pires ( como os rapazes me chamam) na engenharia civil e na arquitetura.
E as artes? o que eu havia me tornado até 94, ficou guardado até 2003, e um dia, o monstro se tornou rebelde e resolveu tomar conta novamente do corpo, e voltei a produzir, ferozmente, montei uma "home" produtora, ciberneticamente falando, mas com cara de gente grande, sintetizadores, equipamentos e mais equipamentos...virei DJ, comecei a ensinar a arte de discotecar, produzir, etc...virei EJ que não usa mais CDJs, virei VJ, voltei a usar CDs e agora vou voltar a usar o Vinil...Estou em 3 projetos de música eletrônica, desde nu-bossa ao electro-house...Montei um bar que bombou muito, já vendi, e estou montanto o segundo com meu irmão com raízes da música popular brasileira, em homenagem ao Cartola.
E nesse ano, nasceu a maior de minhas ARTES, meu filho KENZO.